quinta-feira, 6 de dezembro de 2012


de dezembro - Dia de Iemanjá!

Saravá.

"Ê Iemanjá, Rainha das Águas, Sereia do Mar" (ponto cantado de Iemanjá)

Dia 8 de dezembro é o dia de saudar e levar homenagens para Iemanjá. No dia de comemoração a Nossa Senhora da Conceição, fiéis lotam as praias para homenagear a Rainha das Águas.
Um dos Orixás mais conhecidos, Iemanjá tornou-se santa respeitada e cultuada principalmente por pessoas que residem no litoral. Iemanjá é protetora dos mares, dos peixes, dos marinheiros. 

O nome Iemanjá deriva do Yèyé Omo ejá (“Mãe cujo filhos são peixe”) , é o Orixá de uma nação iorubá estabelecida na região entre Ifé e Ibadan, onde existe o rio Yemonjá, está nação iorubá é chamada Egbá.

Nas oferendas destinadas a Iemanjá, deve-se entregar peixe de água salgada assado e regado a azeite de dendê, milho cozido com cebola, manjar com leite de coco e carne de pato.

 
Oferenda de Iemanjá
Suas ferramentas são abedé (espécie de abano ou leque usado por negros iorubás) prateado, pulseiras e braceletes, seus presentes são perfumes de alfazema, rosas brancas, pentes, espelhos e prata. O arquétipo dos filhos de Iemanjá são de pessoas fortes, rigorosas, maternais, tímidas, caridosas e às vezes impetuosas e dominadoras. A saudação de Yemanjá é “Odoyá” ou “Odossyá”.



Vejam uma explicação simples sobre Iemanjá, por Orixás da Bahia.

O Afro Livre estará neste final de semana em Praia Grande para cobrir a festa de Iemanjá, aguardem.

Axé.

A Umbanda Está em Festa - Eparrey Iansã - Dia 04 de Dezembro - Dia de Santa Bárbara



Mitos, Lendas, Associações e Principais Características

Senhora da Tarde, Dona dos Espíritos, Senhora dos Raios e das Tempestades.

Oyá, mais conhecida no Brasil como Yansã, foi uma princesa real na cidade de Irá, na Nigéria em 1450a.C..

Sobrinha-neta do rei Elempe e neta de Torossi (mãe de Xangô), conquistou com valentia, coragem e dedicação seu caminho para o trono de Oyó.

Conhecedora de todos os meandros da magia encantada, nunca se deixou abater por guerras, problemas e disputas.
Foi mulher de seu primo Xangô e ajudou-o a conquistar vários reinos anexados ao Império Yorubano. Porém, abandonou-o em defesa de sua cidade natal, disposta a enfrentá-lo.

Oyá recebeu, de Olorun, a missão de transformar e renovar a natureza através do vento, que ela sabe manipular. O vento nem sempre é tão forte, mas, algumas vezes, forma-se uma tormenta, que provoca muita destruição e mudanças por onde passa, havendo uma reciclagem natural. Normalmente, Oyá sopra a brisa, que, com sua doçura, espalha a criação, fazendo voar as sementes, que irão germinar na terra e fazer brotar uma nova vida. Além disso, esse vento manso também é responsável pelo processo de evaporação de todas as águas da terra, atuando junto aos rios e mares. Esse fenômeno é vital para a renovação dos recursos naturais, que, ao provocar as chuvas, estarão fertilizando a terra.

Divindade eólica, sopram os ventos que afastam as nuvens, para a passagem dos raios desferidos por Xangô. E é o raio que abre os reservatórios do céu, para fazer cair a chuva, relação comum em todas as mitologias.

Apesar de dominar o vento, Oyá originou-se na água, assim como as outras yabas, que possuem o poder da procriação e da fertilidade. Está relacionada com o número 9, indicativo principal do seu odú.

Oyá está associada ao ar, ao vento, a tempestade, ao relâmpago/raio (ar+movimento e fogo) e aos ancestrais (eguns).

Na Nigéria ela é a deusa do rio Niger. É a menina dos olhos de Oxalá, seu protetor, e a única divindade que entra no Ibalé dos Eguns(mortos).

Oyá tem ligações com o mundo subterrâneo, onde habitam os mortos, sendo o único orixá capaz de enfrentar os eguns. Entre as individuações da multifacetária Iansã, uma delas é como Deusa dos Cemitérios.

Impetuosa, guerreira e de forte personalidade, é reverenciada no culto dos eguns. Em yorubá, chama-se Odò Oyà.

Oyá, em tempos remotos, era patrona (ou matrona) de uma sociedade secreta feminina, que cultuava os ancestrais (pessoas já desencarnadas pertencentes à religião), que denominamos Egungun. Foi o orixá Ogun que conseguiu acabar com a primazia das mulheres nesse culto, que passou a ser exclusivamente masculino. Mas, apesar disto, Oyá ainda é reverenciada nessa sociedade.

Oyá, segundo a mitologia, é um orixá muito forte, enfrentando a tudo e a todos por seus ideais. Não aceita a submissão ou qualquer tipo de prisão.

Faz parte de sua indumentária a espada curva (alfanje), o erukere, que usava para sua defesa, além de muitos braceletes e objetos de cobre.

Sua dança é muito expansiva, ocupando grande espaço e chamando muita atenção.

Duas espadas e um par de chifres de búfalo representam a imagem de Oyà.

Suas contas são amarelas ou vermelhas ou tijolo, o coral por excelência, o monjoló (uma espécie de conta africana, oriunda de lava vulcânica).

Seus símbolos são: os chifres de búfalo, um alfanje, adaga, eruesin [eruexin] (confeccionado com pelos de rabo de cavalo, encravados em um cabo de cobre, utilizado para "espantar os eguns").

Com Oxalá aprendeu sobre o uso do raciocínio e o dom da paciência. Por isso ela não desiste facilmente de seus objetivos, sabendo esperar o momento certo para conquistá-los.

Oyá é puro movimento. Não pode ficar parada, para não extinguir sua energia. O vento nunca morre, ele está sempre percorrendo novos espaços.

Arquétipo
Arquetipicamente, Iansã é a mulher guerreira que, em vez de ficar no lar, vai à guerra. São assim os filhos de Iansã, que preferem as batalhas grandes e dramáticas ao cotidiano repetitivo.

Costumam ver guerra em tudo, sendo, portanto competitivos, agressivos e dados a ataques de cólera. Ao contrário, porém, da busca de certa estratégia militar, que faz parte da maneira de ser dos filhos de Ogum, que enfrentam a guerra do dia-a-dia, os filhos de Iansã costumam ser mais individualistas, achando que com a coragem e a disposição para a batalha, vencerão todos os problemas, sendo menos sistemáticos, portanto, que os filhos de Ogum.

São quase que invariavelmente de Iansã, os personagens que transformam a vida num buscar desenfreado tanto de prazer como dos riscos. São fortemente influenciados pelo arquétipo da deusa aquelas figuras que repentinamente mudam todo o rumo da sua vida por um amor ou por um ideal. Faz parte dos filhos de Iansã a maior arte dos militantes políticos não cerebrais por excelência. Ao mesmo tempo, quando rompem com uma ideologia e abraçam outra, vão mergulhar de cabeça no novo território, repudiando a experiência anterior de forma dramática e exagerada, mal reconhecendo em si mesmos, as pessoas que lutavam por idéias tão diferentes. Talvez uma súbita conversão religiosa, fazendo com que a pessoa mude completamente de código de valores morais e até de eixo base de sua vida, pode acontecer com os filhos de Iansã num dado momento de sua vida.

Da mesma forma que o filho de Iansã revirou sua vida uma vez de pernas para o ar, poderá novamente chegar à conclusão de que estava enganado e, algum tempo depois, fazer mais uma alteração - tão ou mais radical ainda que a anterior.

O temperamento dos que têm Oyá como Orixá de cabeça, costuma ser instável, exagerado, dramático em questões que, para outras pessoas não mereceriam tanta atenção e, principalmente, tão grande dispêndio de energia.

São do tipo Iansã, aquelas pessoas que podem ter um desastroso ataque de cólera no meio de uma festa, num acontecimento social, na casa de um amigo - e, o que é mais desconcertante, momentos após extravasar uma irreprimível felicidade, fazer questão de mostrar, à todos, aspectos particulares de sua vida.

Como esse arquétipo que gera muitos fatos, é comum que pessoas de Iansã surjam freqüentemente nos noticiários. Ao mesmo tempo, é um caráter cheio de variações, de atitudes súbitas e imprevisíveis que costumam fascinar (senão aterrorizar) os que os cercam e os grandes interessados no comportamento humano.

Os Filhos de Iansã são atirados, extrovertidos e chocantemente diretos. Às vezes tentam ser maquiavélicos ou sutis, mas só detidamente. A longo prazo, um filho de Iansã sempre acaba mostrando cabalmente quais seus objetivos e pretensões. Eles têm uma tendência a desenvolver vida sexual muito irregular, pontilhada por súbitas paixões, que começam de repente e podem terminar mais inesperadamente ainda. São muito ciumentos, possessivo, muitas vezes se mostrando incapazes de perdoar qualquer traição - que não a que ele mesmo faz contra o ser amado. Ao mesmo tempo, costumam ser amigos fiéis para os poucos escolhidos ara seu círculo mais íntimo.

Um problema, porém, pode atrapalhar tudo: a inconstância com que vê sua vida amorosa; outros detalhes podem também contaminar os aspectos profissionais.
Todas essas características criam uma grande dificuldade de relacionamentos duradouros com os filhos de Iansã. Se por um lado são alegres e expansivos, por outro, podem ser muito violentos quando contrariados; se têm a tendência para a franqueza e para o estilo direto, também não podem ser considerados confiáveis, pois fatos menores provocam reações enormes e, quando possessos, não há ética que segure os filhos de Iansã, dispostos a destruir tudo com seu vento forte e arrasador.

Resumo:
Sincretismo: Santa Bárbara
Suas cores: amarelo, vermelho e coral
Saudação : Eparrei!
Seu dia: Quarta-feira e Sábado (como toda as Iabás)
Frutas e verduras: manga rosa, uva vermelha, maçã, cenoura, quiabo.
O que Rege: dá coragem e impulsividade; protege contra desastres e acidentes.
Plantas: espada de Iansã (borda amarela) e bambu.
Elemento: fogo e ar
Festa: 4 de dezembro, dia de Santa Bárbara, com quem está sincretizada.
Pedras: rubi, coral, granada.


Fonte de pesquisa:


Oração à Iansã

Santa guerreira que ao meu lado caminha
Com sua espada de ouro e sua taça na mão
És para mim toda beleza, venero sua beleza
Guardo-a em meu coração,
Quando ela roda sua saia irradia
Deusa da Ventania
É a Rainha Trovão com meu Pai Xangô
Iansã fez a morada, ela roda sua saia
No romper da madrugada
Eparrei Ioiá
Saravá Iansã, ela é Rainha, é Orixá

Sua Abenção e sua Proteção minha Mãe...
Para mim e para todos os meus amigos....

Eparrei Bela Oyá!



HISTÓRIA DE SANTA BÁRBARA

Era o século 3... Diocleciano, governador da Nicomédia (Ásia Menor), procurava controlar a crise de seu Império. Nessa época, crescia muito o número de cristãos, inclusive entre famílias nobres.

Isto aconteceu também na família de Bárbara, uma jovem bela e decondição nobre. Seu pai, Dioscuro, era um alto funcionário do Imperador, e para ele apenas a vontade do Imperador era o que deveria seguir. Bárbara, porém, acreditava no amor e num mundo mais humano e mais justo.

Com o crescimento do cristianismo, as perseguições ficavam cada vez mais violentas. Muitos convertiam-se e eram batizados pelo bispo Zenão e se reuniam em lugares secretos para seus encontros de fé.

Bárbara foi catequizada por pessoas amigas. Com muito amor acolheu em seu coração a doutrina de Jesus.

A fé de Bárbara ia crescendo e mesmo sem sair de casa ela interessava-se pelos acontecimentos que lhe chegavam através de suas amigas cristãs. Enquanto isso, mais cristãos eram sacrificados.

Uma jovem bela e inteligente como Bárbara, não podia deixar de ter seus pretendentes. Dioscuro, seu pai, era muito ciumento e temendo que a beleza de Bárbara atraísse pretendentes que não lhe interessavam, mandou construir uma torre, onde deixaria Bárbara trancada quando ele estivesse viajando.

Conta a tradição que a torre projetada por seu pai tinha duas janelas, mas Bárbara pediu ao construtor que aumentasse para três, com o intuito de honrar a Santíssima Trindade: o Paio Filho e o Espírito Santo.

Bárbara encontrava-se freqüentemente com suas amigas, e juntas rezavam pelos cristãos que a cada dia eram presosmaltratados e sacrificados.

Dioscuro soube que sua filha havia se tornado cristã, e pela primeira vez agrediu Bárbara. Mas ela tentou explicar-se, dizendo que os cristãos acreditam que todos somos irmãos e portanto não poderiam aceitar um Império baseado na violência e na injustiça. Ele porém, se enraiveceu com as palavras de Bárbara e ordenou que a fechassem na torre. Ela devia ficar lá sem se comunicar com ninguém.

Nessa época, sua amiga cristã Mônica também tinha sido presa e o bispo Zenão dera seu testemunho de fé, sendo martirizado.

Conta a tradição que certo dia foram dizer a Dioscuro que sua filha havia favorecido a fuga da prisão de sua amiga Mônica. Ele ficou furioso... resolveu ir até a torre e forçar Bárbara a prestar homenagem ao "deus" Júpiter. Bárbara, porém, recusou. Cheio de ódio, Dioscuro decidiu matá-lacom suas próprias mãos. Nesse momento, uma força misteriosa arrancou Bárbara das mãos de seu pai. A parede onde não havia nenhuma porta abriu-se e ela saiu ilesa.

Dioscuro vendo-se vencido, ordenou aos soldados que procurassem sua filha por todos os caminhos da cidade. Enquanto isso, Bárbara visitou os doentes, as comunidades cristãs e ajudava os filhos dos escravos.

Finalmente os soldados encontraram Bárbara numa gruta, onde fora levar alimento para alguns doentes.

A jovem não reagiu à ordem de prisão, sua consciência estava tranqüila. Foi levada à presença do pai, que conseguiu a permissão do prefeito da cidade para denunciar sua filha diante da justiça. Bárbara então foi levada aos juízes, acusada por seu pai de ser cristã.

Diante da firmeza de Bárbara, os juízes esqueceram sua origem nobre e condenaram-na. Ao saber disso, sua mãe Irnéria procurou apelar em seu favor junto do marido, mas Dioscuro não quis voltar atrás.

Na prisão Bárbara foi chicoteada. Seu corpo delicado cobriu-se demarcas roxas e mesmo ferida no corpo e no coração, procurava aumentar sua força interior através da oração.

Conta a tradição que num momento de grande oração, uma luz desceu do alto iluminando as trevas da prisão. E uma voz lhe disse: "Bárbara, você está sofrendo por mim. Vou confundir seus perseguidores, curando suas feridas". A visão desapareceu e a jovem sentiu-se cheia de alegria ao perceber que as feridas de seu corpo haviam desaparecido completamente.

Os juízes não se conformaram com aquela cura inesperada. Então, tentaram torturá-la pelo fogo. Mas Deus interveio novamente apagando o fogo.

Dioscuro, porém, não se deu por vencido. Ordenou aos soldados que levassem Bárbara pelas ruas da cidade, e a conduzissem debaixo dechicotadas. O corpo da jovem novamente ficou marcado pela dor. Contudo, Bárbara contemplou mais uma vez, a presença divina que lhe curou as chagas.

Dioscuro, promotor do processo, pediu então à justiça a condenação de sua filha: "Seja morta à espada, como convém aos membros da nobreza". E ao mesmo tempo pediu permissão para que ele mesmo executasse a sentença.

Bárbara e sua amiga Juliana caminharam juntas para o local do martírio. Muitos cristãos as seguiram. A espada de Dioscuro levantou-se no ar e atingiu o pescoço de Bárbara, que serenamente entregava a Deus sua vida.

Irnéria chorou muito. Daquele dia em diante, Dioscuro perdeu não só a filha mas também a companhia da esposa. Ele estava só... E por isso passou a perseguir ainda mais os cristãos.

Foi assim que inconscientemente, seus passos o levaram até o monte onde as duas jovens tinham sido sacrificadas. A terra que tinha sido molhada pelo sangue inocente, estava coberta de flores. Nesse momento, Dioscuro ouviu um ruído de trovão. O céu escureceu-se à sua volta, ele sentiu uma grande angústia e começou a caminhar pelo local, mas um raio fulminante atingiu-o no peito.

Fonte: Tommasi, Tarcila. Santa Bárbara
Paulinas, 2003




Oração a Santa Bárbara

Santa Bábara, que sois mais forte que as torres das fortalezas e a violência dos furacões, fazei com que os raios não me atinjam, os trovões não me assustem e o troar dos canhões não me abale a coragem e a bravura.

Ficai sempre ao meu lado para que eu possa enfrentar de fronte erguida e de rosto sereno todas as tempestades e as batalhas de minha vida, para que vencedor de todas as lutas, com a consciência do dever cumprido, possa agradecer a vós, minha protetora, e render graças a Deus, criador do céu, da terra, da natureza: este Deus que tem poder de dominar o furor das tempestades e abrandar a crueldade das guerras.

Santa Bárbara, Rogai por nós!

terça-feira, 27 de novembro de 2012


As giras de umbanda.


Foto meramente ilustrativa.
A Umbanda tem como lugar de culto o templo, terreiro ou Centro, que é o local onde os Umbandistas se encontram para realização de suas giras, sessões.
É um termo cujo significado é sessão umbandista, com cânticos, danças, rezas e benzimentos. As giras internas são fechadas para os que estão se iniciando na religião, desenvolvendo a mediunidade; as giras externas, abertas ao público, destinam-se atendimento dos consulentes e resolução dos mais diferentes problemas.
A gira é um ritual mágico utilizado na umbanda para a manifestação dos espíritos através da possessão
Atendimento fora da gira, são as consultas particulares,
onde as pessoas conversam com nossas entidades, a fim de obter ajuda e conselhos para suas vidas, curas, desobsessões e para resolver problemas espirituais diversos.
Nas giras dos terreiros ou em consultas particulares o processo é mesmo, os médiuns incorporados pelos seus guias (pretos-velhos, caboclos, crianças etc), procedem ao atendimento espiritual ao público, em que todos são convidados a se consultarem com um guia e/ou a tomar um “passe”,
As entidades que são incorporadas pelos médiuns podem ser divididas entre:
Orixás: Xangô, Ogum, Exu, Oxum, Nanã, Iemanjá, Iansã, Obaluayê, Oxumaré, entre outros.
Guias: Pretos- velhos, Caboclos, Boiadeiros, Crianças, Exus, Marinheiros e Orientais.
Normalmente, esse guia de luz, que comanda é um Preto-Velho ou Caboclo .
Na umbanda os médiuns que recebem os guias são chamados, aparelhos.
A incorporação é chamada também transe mediúnico, ou seja, os guias se apossam do corpo do médium para realizar seus trabalhos.
Existe três categorias de médiuns, inconsciente, semi-inconciente e consciente.
GUIAS E PROTETORES DA UMBANDA
GUIAS UMBANDISTAS
CABOCLOS: espíritos de índios e mestiços, notadamente os das tribos Tupi-Guarani; são silvícolas brasileiros que viveram
antes e depois da descoberta do Brasil. Há certa analogia com Oxossi, orixá africano, dadas as características de ambientes: MATAS
PRETOS VELHOS: Espíritos de negros e negras que morreram à época do cativeiro.
ERES: Espíritos que mantém o psiquismo infantil e crianças brancas, negras e índias que morreram em tenra idade.
BAIANOS: Espíritos que quando encarnados, habitavam a Bahia ou nordeste do Brasil.
MARINHEIROS: pessoal que morreu nos mares ou eram marinheiros.
BOIADEIROS: Vaqueiros que trabalhavam nos sítios e fazendas, aí morrendo.
CIGANOS: Espíritos de ciganos, pertencentes as mais variadas tribos, que querem difundir suas crenças e costumes.
POVO D AGUA: Espíritos ainda envoltos em mistérios, pois raramente falam e emitem um canto triste e encantador.
EXÚS: Entidade muito controvertida, uns acham que só trabalham para o mal. Não é verdade. Eles têm um senso de justiça muito
apurado conhecem a magia e a usam bem. Tanto fazem o mal, como podem fazer o bem, depende muito da direção que o médium dá a essas entidades.
QUIUMBAS OU RABOS DE ENCRUZA: muitas vezes confundidos com Exú, são espíritos malfeitores, ladrões, bêbados que só fazem o
mal e obsedam criaturas. São almas errantes, com a condição de serem maldosos.
EGUNS: espíritos de gente comum, tidas como sofredores, levianos, zombeteiros ou perturbados que não aceitaram ou não perceberam
ainda a condição de falecidos e que se encostam a encarnados, transmitindo-lhes suas dores, idéias, doenças, sofrimentos físicos e morais
que os vitimaram, vícios e outras perturbações, sem, entretanto, terem conhecimento disso. Normalmente depois de doutrinados e orientados
, deixam a pessoa em paz e procuram o seu próprio crescimento espiritual, vindo, muitas vezes a auxiliar a própria pessoa que antes obsedavam.












RITUAL E DISCIPLINA
Todo terreiro de Umbanda possui um ritual e embora estes rituais se modifiquem, é necessário que haja disciplina para realizar uma gira, ou seja, NORMAS CONHECIDAS POR TODOS desde o dirigente ao iniciando que acabou de entrar. Este deve ser orientado ao máximo possível:
- com a relação a sua postura dentro do terreiro,
- bem como suas obrigações e deveres para com seus irmãos
- e claro, as normas básicas de respeito, tratamento.
- conhecimento correto de quem são nossos mentores espirituais
· O primeiro é ter respeito por tudo e por todos tem que ser o Dirigente e os filhos mais velhos (pois estes conhecem bem o interior de uma casa)
· Aquele que está se iniciando deve ter em seu dirigente um exemplo, uma meta a ser atingida (é claro que nenhum dirigente deve se torna “santo”, nem seus filhos serem forçados a virarem “ovelhinhas”.
No terreiro cada um deve ser o que é, sem máscaras, sempre visando à auto-melhora, o auto conhecimento).
A Umbanda nos ensina que cada um é o que é, cada pessoa sabe em seu intimo quais são seus processos de ação e reação, infelizmente quase todos nos escondemos de nós mesmos, por falta de coragem de olharmos no nosso espelho interior, vermos nossos defeitos para podermos dar o primeiro passo para mudança. Para isso contamos com o auxilio fraternal das Entidades de Aruanda e também os conselhos dos Pais de Santé experientes e sinceros.
Mostrar o caminho não significa decretar, A UMBANDA NÃO AGRIDE AS CONSCIÊNCIAS, NÃO VISA TORNAR NINGUÉM INFELIZ OU VAZIO DE RELIGIOSIDADE.
Por isso é importante o Dirigente observar que se um novo integrante da corrente veio de outra religião e naquele momento de sua vida deseja abraçar a Umbanda, não é de repente que essa pessoa vai esquecer a fé que moveu por dentro durante tanto tempo.
O VERDADEIRO UMBANDISTA RESPEITA DOS OS CREDOS E SABE QUE A MESMA FÉ QUE O FAZ AMAR SEUS GUIAS E PROTETORES, FAZ UM CATÓLICO AMAR SUA IGREJA, OU UM MUÇULMANO AMAR ALÁ.
Com relação à conduta dos médiuns para com as entidades, a Umbanda tem por norma seguir os seguintes tópicos:
1) O médium de verdade deve ter em mente que na Aruanda todos são iguais (se há diferenças na hierarquia é porque os que chefiam, são as que mais trabalham e menos falam...).Isto quer dizer que os médiuns não devem sequer pensar que sua entidade é melhor que do seu irmão, as entidades de Aruanda preferem que seus filhos falem menos e trabalhem mais pelo seu próximo.
2) Não há necessidade de “chamar” seu protetor em qualquer hora ou lugar, principalmente evite falar da sua mediunidade em bares, ou na rua. As coisas da espiritualidade deve ser discutidas na tranqüilidade, e com pessoas que queiram falar sobre o assunto.
3) Nunca fale mentiras ou cometa erros em nome da sua entidade, pois nenhuma entidade de Umbanda acoberta isto ou aquilo dos seus “cavalos”.
4) Se alguém precisar de ajuda e você precisar ir até a residência desta pessoa, procure não incorporar, apenas peça orientação e guarda do seu mentor, com certeza ele estenderá sua proteção e a devida instrução para o consulente.
5) Não é em todo lugar que os nossos protetores “baixam”, nem todo lugar é sagrado e num ambiente pesado, não há a mínima vibratória para sua atuação.
6) Nunca desobedeça as ordens da sua entidade, nunca queira fazer algo que você ache que ela faria. Espere sua orientação, por exemplo, não encha seu pescoço de guias pensando que seu protetor parecerá mais “forte” aos olhos do consulente. A verdadeira força está em ser humilde e honesto, tenha certeza que sentirá seu protetor com maior intensidade.
O RITUAL NA UMBANDA.

(aos médiuns no dia de trabalho)

1. Obrigação - É um dever, um compromisso com as Entidades. Implica na presença do Sacerdote, que com sua força espiritual, com o conhecimento do ritual e do material a ser aplicado na obrigação e no seu preparo individual, segundo as responsabilidades que assumiu no templo, estabelece o elo, o canal entre o filho e as forças espirituais dos trabalhadores do astral.
2. Preceito - Normas, proibições e recomendações relativas ao culto e trabalho dos médiuns na casa.
3. Banhos de Descarga - São coisas sérias, requerendo atenção de quem os toma, bem como de quem os administra. É uma banho de flores, ervas ou essências. Cada um deles traz o seu magnetismo e a pessoa vai absorvê-lo de modo que ao tomá-lo, limpa toda a influência negativa agregada a sua vibratória humana (corpo etérico). As ervas, de preferência, devem ser colhidas por pessoas capacitadas para tal, em horas e condições exigidas, entretanto, podem ser usadas também as adquiridas no comércio (frescas), desde que quem vá usá-las, as conheça. Poderão ser também preparados banhos de descarga, com rosas brancas (banho neutro) e de efeito muito positivo, podendo ser tomado por qualquer pessoa sem afetar sua faixa vibratória. As essências também devem ser utilizadas com cuidado, pois contêm muita vibração, somente administradas por pessoas capacitadas.
Preparo - O melhor modo pelo qual obtemos uma maior imantação, seja ele com flores, ervas ou essências, é através do calor, da evaporação, isto no ritual da Umbanda. Colocamos numa panela a água e a deixamos ferver. Quando estiver fervendo, apagamos o fogo. Então, colocamos as pétalas das flores, ervas ou essências, abafando e deixando em fusão para o devido cozimento por evaporação. No caso das flores e ervas, após o cozimento, coamos o mesmo num pano branco e guardamos os resíduos para serem despachados oportunamente.
Uso - O chacra mediúnico (frontal) e glândula (nuca) são os dois pontos que fecham a faixa vibratória mediúnica. Com elas, para o cérebro convergem as vibrações captadas, sendo razão indispensável para que o banho seja derramado sobre a cabeça, pois daí parte todo comando do corpo, o que por outro lado acarretará prejuízo, quando mal aplicado (no caso das ervas e essências), caso este em que o magnetismo do banho não estiver em harmonia com a vibratória mediúnica da pessoa (Orixá de Coroa).
4. Bater com as pontas dos dedos, no chão - Da mão esquerda: Saudando os caminhos de Exu; da mão direita: Saudando, homenageando e pedindo licença para adentrar o ambiente preparado para as tarefas no templo(local da gira).
5. Bater Cabeça - O médium da Casa, em respeito às firmezas dos Orixás, e das entidades presentes. Bate a cabeça, primeiramente firmando o frontal, e as frontes direita e esquerda à fim de pedir proteção e fluidificar-se para as tarefas, recebendo as energias concentradas no congá.
6. Pemba - A força mágica da escrita astral, na Umbanda é feita pela Pemba (giz oval - forma cônica), que tem o poder de abrir e fechar trabalhos de magia, quando quem o manuseia, sabe o que esta fazendo. Pode purificar, quando em forma de pó e lançado ao ar no ambiente em que se utiliza, pois as pembas são sempre preparadas de forma a condensarem grande quantidade de energia fluidica.
7. Cruzamento com pemba - O Cruzamento com Pemba, é um ritual utilizado na Umbanda, para melhor proteção dos médiuns, que participam da gira, e que por esta razão, tomam também parte ativa em descargas fluídicas negativas. O Cruzamento deve ser feito da seguinte forma: Segurando a Pemba com a mão direita, fazer uma cruz na fronte, depois cruzar a palma da mão esquerda e descendo, cruzar também o peito do pé direito. Após isto, passar a pemba para a mão esquerda e com ela fazer uma cruz na nuca, depois cruzar a palma da mão direita e descendo cruzar o peito do pé esquerdo
8. Ponto Riscado - PONTOS DO TRABALHO, pontos para firmeza e de segurança de locais estratégicos no trabalho, sob a orientação do mentor espiritual das tarefas e realizado nas obrigações do dirigente do trabalho. PONTOS DAS ENTIDADES, riscado pelas entidades: Cada ponto, seja de Caboclo, do Preto Velho ou do Exu, tem uma interpretação, podendo identificar aquele que o risca, podendo caracterizar também a natureza do trabalho.
9. Defumação - Visa purificar o médium, o ambiente, os objetos e os consulentes, através da fumaça de uma combinação de ervas específicas. É o ato de expulsar o negativo, através de aromas, ou seja, das essências (ervas: alecrim, benjoim, incenso e outras). A defumação é uma prática antiqüíssima de muitas religiões e de todos os povos. A defumação, evita a contaminação do médium nos diversos tipos de fluidos enfermos que poderiam ser assimilado pelo seu corpo e ou das pessoas presentes no trabalho. Seu aroma desperta alguns centros nervosos dos médiuns, fazendo esses centros vibrarem de acordo com as irradiações fluídas das Entidades, aumentando assim a sensibilidade de uma forma. geral.
10. Atabaques - Eles servem para manter o ambiente sob uma vibração homogênea e fazer com que todos os médiuns permaneçam em vibração (danças, aceleração do médium, principalmente em desenvolvimento).
11. Ponto cantado
12. Cumprimento Ombro-a-Ombro - Quando um Guia cumprimenta um consulente ou um assistente com o bater de ombro, isto é sinal de igualdade, de fraternidade e grande amizade.
Velas - Vieram para a Umbanda por influência do Catolicismo. Iluminadas, são ponto de convergência para que o umbandista fixe sua atenção e possa assim fazer sua rogação ou agradecimento ao espírito ou Orixá a quem dedicou. Ao iluminá-las, homenageia-se, reforçando uma energia que liga, de certa forma, o corpo ao espírito.
Água - Sua utilidade é variada. Serve para os banhos de amacis, para cozinhar, para lavar as guias, para descarregar os maus fluídos, para o batismo. Dependendo de sua procedência ( mares, rios, chuvas e poços), terá um emprego diferente nas obrigações. A água poderá concentrar uma vibração positiva ou negativa, dependendo do seu emprego.
15. Sessão - Reunião dos adeptos da Umbanda para promoverem os seus desenvolvimentos espirituais, homenagem ou procura de curas de males materiais e espirituais.
16. Charutos, Cachimbos e Cigarros - O segredo e a utilização, desses elementos por parte de nossas entidades, o modo como a fumaça é dirigida (magia) tem o seu eró (segredo) e não é como muitos utilizam, para alimentar a vaidade, o vício e a ignorância.17. Guias (fios de contas) - É um colar ritual de miçangas, contas de cristal, de louça, de frutos pequenos, construídos de acordo com a Entidade, que designa também a cor de sua preferência. Podem ter pequenos objetos presos a eles. A Guia (fio) de Exu é colocado no pulso do braço esquerdo, nunca passando pela cabeça do umbandista.
18. Vestimenta Roupa Branca (Roupa de Santo) - É a vestimenta para a qual devemos dispensar muito carinho e cuidado, idênticos ao que temos para com nossos Orixás e Guias. As roupas devem ser conservadas limpas, bem cuidadas, assim como as guias (fios de contas), não se admitindo que um médium, após seus trabalhos, deixe suas roupas e guias no Terreiro, esquecidas. Quando a roupa fica velha, estragada, jamais o médium deverá dar ou jogar fora. Ela deverá ser despachada no mar, juntamente com uma pequena imantação (oferenda) para o Orixá ou Entidade a que pertencer. Fica claro que é obrigatório seu despacho, pois trata-se de um instrumento de trabalho do médium.
Toalha Branca (Pano da Costa) - Trata-se de um pano branco em formato de toalha (retangular), podendo ser contornado ou não com renda, fino ou grosso, de tamanho aproximado de 0,50 x 0,76 m.No caso dos homens, é pendurado do lado esquerdo, no ombro ou na cintura e no caso das mulheres, por cima dos ombros ou na cintura, do lado direito. É utilizado para o médium bater cabeça.
20. Trabalhar descalço - O médium, sempre que possível, deve trabalhar descalço por uma questão de humildade e para facilitar a incorporação, bem como para haver melhor descarga dos fluídos nocivos, diretamente para a terra. Estando o médium calçado, estará isolado da terra, o que dificultará a eliminação dos fluídos nocivos (negativos), assimilados ao se transpor as encruzilhadas, cemitérios, hospitais, etc..., quando da vinda para o Terreiro.

Conheça os Fundamentos da Umbanda:
fundamentos
OS SACRAMENTOS DA UMBANDA
A Umbanda trabalha com alguns sacramentos que são parecidos com os da Igreja Católica, que são: casamento, funeral e batismo.
O casamento é realizado pelo guia chefe da casa ou pelo sacerdote responsável pêlo centro, e não pertence só aos médiuns da casa, qualquer um que deseje casar-se na Umbanda pode pedir este sacramento.
O funeral é realizado pelo sacerdote do terreiro e sofre alterações de acordo com a condição do morto, se é iniciado na Umbanda ou não.
O batismo é realizado sempre pêlo guia chefe do terreiro e pode ser para crianças ou adultos e também não se restringe apenas aos médiuns da casa.
Os outros sacramentos da Umbanda são referentes aos graus de iniciação dos médiuns da casa.

Significado de Algumas expressões usadas na gira.
Abaré: Médium já desenvolvido.
Abaré-Mirim: Médium em início de desenvolvimento
Amassi ou Amaci: Líquido preparado de folhas sagradas, maceradas em água, deixando
repousar durante sete dias. É destinado a banhar a cabeça dos médiuns. As folhas são do orixá chefe do templo e as de Ossain.
Aparelho: Designa a pessoa que serve de suporte para a “descida” do orixá ou da entidade. Médium, cavalo e outros nomes tambpem são usados.
Baixar: possuir por parte da entidade, o corpo de um filho ou filha de santo.
Banda: Lugar de origem de entidade.
Burro: Termo usado pelos exus incorporados para designar o médium.
Cavalo: Pessoa que serve de suporte para as entidades. É o médium.
Chefe de Cabeça ou Guia de Cabeça: Entidade principal, guia protetora do médium. Chefe de Falange: entidade espiritual muito evoluída. Já livre de reencarnação. Que serve como guia a um conjunto de espíritos também adiantados e vibrantes em uma mesma corrente espiritual.
Dar Passagem: Ato do guia deixar o médium para que outra entidade nele se incorpore.
Descer: Ato da entidade incorporar.
Desenvolvimento: Aprendizado dos iniciados para melhoria de sua capacidade mediúnica com a finalidade de incorporação de entidades. Não cair no chão, controlar o transe, etc.
Escora: Médium que suporta os ataques psíquicos de espíritos obsessores sem serem prejudicados e ou influenciados no envolvimento dentro do trabalho.
Filho de Fé: Designação do médium iniciante ou não.
Firmar: Concentrar-se para a incorporação.
Firmar Anjo da Guarda: Fortalecer por meio de rituais especiais e oferendas de comida votivas o orixá patrono do médium.
Fluídos: Emanações positivas ou negativas, das forças cósmicas que podem ser manejadas por agentes espirituais para o bem ou para o mal.
Força Espiritual: Poderes e conhecimento que um médium tem quando em transe ou em profunda concentração.
Guia de Cabeça, o mesmo que Chefe de Cabeça: Entidade principal, guia protetora do médium. Chefe de Falange: entidade espiritual muito evoluída. Já livre de reencarnação. Que serve como guia a um conjunto de espíritos também adiantados e vibrantes em uma mesma corrente espiritual.
Guia de Frente Protetor: São as entidades que trabalham através do médium sob a permissão do guia de cabeça do mesmo.
Incorporação: Transe, envolvimento mediúnico.
Incorporar: Entrar em transe “receber” a entidade.
Linha: Faixa de vibração, dentro da corrente vibratória espiritual. Dos 7 Orixás e conjunto de falanges em que se subdivide uma faixa vibratória. Conjunto de representações (corporal, dança, cores, símbolos) e rituais (comidas, bebidas, dia da semana) de cada orixá ou entidade. Conjunto de cerimônias rituais de determinado tipo. Ex: linha de umbanda, linha branca, linha das almas, etc.
Orixá de Cabeça: Orixá principal do médium.
Orixá de Frente: O mesmo que orixá de cabeça.
Padrinho: Dirigente espiritual, chefe de terreiro. Pai de Santo (Babalorixá). Termo utilizado na Umbanda para designar à Entidade Espiritual e/ou Médium que foi escolhido por um Filho de Fé para batizá-lo.
Receber Irradiação do Guia: Entrar em meio transe ou comunicar-se de algum modo com uma entidade superior.
Riscar Ponto: Fazer desenhos de sinais cabalísticos que representam determinadas entidades espirituais e que possuem poderes de chamamento das mesmas ou lhe servem de identificação


A VIDA DE MÉDIUM

A mediunidade é um dom do espírito.
Com essa afirmação concluímos que a mediunidade é um sexto sentido, em cada uma das pessoas que se manifesta. Essa manifestação acontece em um nível, em um ângulo de visão ou campo de atuação diferente para cada médium. Não dá pra comparar o desenvolvimento de uma ou outra pessoa. Não há regras absolutas. Pode acontecer devagarzinho, o médium se conscientizando aos poucos de sua missão e aceitando-a com Amor, iniciar sua caminhada de trabalho mediúnico. Ou brutalmente, o que é mais comum, as pessoas que vêm pela dor, pela necessidade. Tem um jargão que diz: "A necessidade é mãe da criatividade: E acrescento, é mãe da busca, da aceitação do inevitável, da conscientização. Os primeiros são os que vêm pelo Amor, os outros pela necessidade. Mas no fundo os dois necessitam exercitar esse dom divino. E como dom do espírito, aquelas afirmações que cansamos de ouvir de que a mediunidade é punitiva, cai por terra.
Como um dom divino, conquistado pelo espírito em sua caminhada evolutiva pode ser uma punição?
Tenho conhecido médiuns de todo tipo. Tímido, extrovertido, amável, egoísta, dedicado, etc., etc., etc. A mediunidade não altera o caráter da pessoa, o que acontece é que a prática da mediunidade limpa, bem amparada leva a pessoa à transformação, à mudança de comportamento.
Mas o caráter do médium é único, e se veio pra essa encarnação é porque em si algo podia ser melhorado. Alguns mestres espirituais já falaram que se a espiritualidade tivesse que esperar médiuns perfeitos, não haveria religião baseada no contato extrafisico.
Somos imperfeitos, temos nossas necessidades carnais, nossos vícios e defeitos morais. Uns mais que outros, mas todos somos amparados pelo mesmo Criador, que nos vê igualmente como filhos, necessitados que somos de seu amparo.
A mediunidade é sacerdócio. Somos sacerdotes de nosso templo interior. E a quem esse templo foi consagrado? Responda você mesmo!
O médium deve saber a quem consagrou seu templo, seu coração. Se a prática da religiosidade limpa ou a prática das inbigas que tanto atrapalham nosso meio, não só o Umbandista, mas todo meio religioso.
O médium deve ter consciência que ele é o "homem de confiança" do consulente, homem não no sentido masculino da palavra, mas no sentido de ser humano. O consulente ao procurar o médium, para se consultar com o próprio ou com uma entidade incorporada, não o faz por outro motivo senão a necessidade. E ai está a importância do médium estar preparado: o consulente, a assistência. Esse é o verdadeiro motivo da prática mediúnica... a caridade; poder atender nossos irmãos necessitados.
A mediunidade vista com medo por alguns, em outros exerce um verdadeiro fascínio. O contato com o mundo espiritual, poder saber o futuro, ter um "poder nas mãos. A clarividência então é objeto de desejo de muita gente. Quem nunca teve pelo menos curiosidade de saber como é a imagem de "seu" Caboclo, ou de um Preto Velho os Exus e Pomba-Giras então... Esse é um poder muito relativo. Quanto mais se conquista, mais se é cobrado. Cobrado por quem? Pela Lei, pela Justiça Divina? Num primeiro momento pela sua própria consciência, essa que está alojada em seu espírito imortal e não presa pela cadeia da matéria. O espírito livre pra pensar e caminhar conscientemente em direção ao Pai.
Atentem Srs. e Sras. Médiuns! Não só os de Umbanda, mas todos que de alguma forma podem influenciar a vida das pessoas. Somos agentes de mudança de comportamento, agentes de transformação íntima das pessoas. Quando abrimos a boca para falar temos que ter na consciência que aquilo que verbalizaremos, poderá mudar a vida da pessoa, positiva ou negativamente.
Para aqueles cuja mediunidade de vidência ou clarividência é ativa, o cuidado é ainda maior. Ouvimos sempre os dirigentes sérios orientando para que todos os médiuns se preparem para os trabalhos, tomem seu banho de defesa, acendam sua velinha para o anjo da guarda, etc. Mas, elemento importante da prática mediúnica é o comportamento do médium. Imagine um cirurgião precisar beber uísque antes de exercer sua profissão. Você confiaria num dentista com sinais de embriaguez'? Claro que não!
Se você estiver limpo. sua mediunidade será limpa. um bom canal, livre de interferências. No entanto se estiver ligado aos canais do ódio, da inveja, da soberba, da fofoca, da preguiça, da teimosia, da vaidade, da traição, o que você espera canalizar'? Jesus Cristo?
Muito cuidado com aquilo que você vê, ouve ou intui. Passe sempre pelo crivo das três peneiras: Verdade, Bondade e Necessidade.
Não seja disseminador de confusão. Não fale aquilo que não tem certeza. Ou aquilo que você não gostaria que falassem de você. Pense que poderá estar sendo instrumento apenas da ilusão. E sendo iludido, iludirá também.
Diga não. as fofocas e não deixe que suas observações pessoais sejam exteriorizadas durante as manifestações mediúnicas. Cuidado com o que você fala, pois, a palavra tem poder de realização. E pode realizar tanto maravilhas quanto desgraças na vida DO MÉDIUM, PODEM desfazer amizades de muito tempo e fechar portas que demorarão séculos para serem RECONSTITUIDAS.
Transmita ânimo e coragem. Pregue através de seus atos. Não esqueça, seus atos são sempre observados.

O Médium, você e seu templo!!!!!

Você chegou ao seu Templo.
Ore, peça ILUMINAÇÃO.
Cumprimente seus colegas. Isso se chama AMIZADE. Deseje a cada um, o melhor. Isso se chama SINCERIDADE. Faça o seu programa do dia. Isso se chama REFLEXÃO. Agora, com tudo planejado, comece a trabalhar. Isso se chama AÇÃO. Acredite que tudo dará certo. Isso se chama FÉ. Faça tudo com alegria. Isso se chama ENTUSIASMO. Dê o melhor de si. Isso se chama PERFEIÇÃO. Ajude aqueles que têm mais dificuldades que você. Isso se chama DOAÇÃO. Compreenda que nem todos estão na mesma sintonia. Isso se chama TOLERÂNCIA. Receba as bênçãos com gratidão. Isso se chama HUMILDADE. Deus e os divinos Orixás estão com você.
Isso se chama AMOR
(POR ADRIANO CAMARGO)
Tópicos relacionados a Umbanda e Candomblé.
Ogum é um poderoso Orixá, dono do ferro e do fogo. Ele é um guerreiro,um lutador que defende a lei e a ordem. Este Orixá abre os caminhos e vence as lutas, agindo pelo instinto para defender e proteger os mais fracos. Todas as lutas, as conquistas, as vitórias são presididas por Ogum.
Ele é a lei divina em ação, que pune e premia, mas não gosta de ser invocado em vão. É fácil invocar Ogum, mas controlar as suas ações é impossível.
O dia da semana consagrado a Ogum é a terça-feira, que coincide com o dia dedicado pelos romanos a Marte, o deus da guerra. Sempre ligado à força e ao poder, ele é o dirigente que não quer ter suas ordens desobedecidas. Ogum pode ser associado ao arcano IV do Taro: o Imperador; como esse arcano ele encarna a vontade firme aliada a força de execução, as energias fluindo para uma realização material. Ele protege seus domínios de forma consciente, seguro do poder que representa. Enfocado como arquétipo, Ogum contém elementos fortes e consistentes que o mantém como uma figura viva e atuante na esfera psíquica do homem.

O Físico e o Temperamento
O filho e a filha de Ogum são geralmente magros e altos (pode haver exceções). Apesar de ser um pouco tímido e discreto quase nunca passa despercebido.
O temperamento reflete o vigor físico do filho de Ogum: ele está sempre em atividade, é determinado e criador. O espírito de competição é evidente e a impaciência e as frustrações ao perder criam mais incentivo para ele seguir em frente.
Ele não reflete sobre os riscos de uma ação, pois é impetuoso e impulsivo e está sempre travando batalhas.
Sem o impulso e a coragem de Ogum a humanidade demoraria muito para alcançar o progresso; é ele o desbravador, aquele que abre o caminho para quem vem atrás. Moisés é uma personalidade típica de Ogum: a sua ira ao quebrar as tábuas da lei divina, a coragem para dirigir seu povo numa viagem para o desconhecido, o poder a ele atribuído de abrir caminhos são atributos de um homem de Ogum.
Como todo homem possui seus defeitos o filho de Ogum considera apenas o seu próprio ponto de vista, seguir metas que lhe são importantes sem considerar todos os que direta ou indiretamente estão envolvidos com ele.
Os desafios aguçam o espírito combativo de Ogum e o modo dele utilizar a sua força pode parecer, aos olhos de quem não o compreende bem, altivez e arrogância.
Qualquer forma de limite representa uma prisão para uma pessoa regida por Ogum. Ele precisa se enxergar livre para ir e vir á sua vontade, não consegue expandir sua alegria, força e energia em um ambiente restritivo e sempre igual. A novidade serve de estímulo à ação.
Com capacidade de liderar e coragem suficiente para enfrentar qualquer missão, consegue reunir a sua volta pessoas que colaboram com ele por prazer sentindo-se revitalizadas pelas qualidades magnéticas e energéticas dessa personalidade tão forte.
Sem aceitar palpites no que faz , ele é franco e rude ao impor a sua vontade aos seus subordinados. É capaz de castigar prontamente qualquer falha , mas seu perdão vem depressa e logo pede desculpas quando se excede no seu comportamento.
Gosta da verdade acima de tudo, nunca fala por trás de alguém, suas críticas são abertas, pois detesta dissimulação.

Amor e Casamento
Quem consegue cativar e manter junto a si um filho de Ogum tem o privilégio de saber que jamais será enganado. Nunca ouvirá desculpas esfarrapadas para explicar onde ele esteve ou o que fez. O filho de Ogum não mente, ele diz a verdade espera ser acreditado, qualquer duvida irá ofendê-lo.
Quando um filho de Ogum encontra uma pessoa de temperamento cordato, porém que possua opiniões fortes e próprias ele fica feliz. Se essa pessoa souber se manter equilibrada na difícil corda bamba que é agradar sem ceder, ela conseguirá manter o relacionamento vivo.O filho de Ogum não gosta de pessoas sem idéias próprias, vai querer para companheiro(a) alguém que as possua em quantidade, mas que também saiba expô-las de modo especial.



Saúde
A saúde de um filho de Ogum é boa, ele é resistente e sua constituição forte evita as doenças. Os seus pontos fracos são as articulações, as dores de cabeça, as febres fortes.
Quando está doente o filho de Ogum não quer ficar em repouso, é muito trabalhoso convencê-lo a descansar e dar tempo ao seu corpo para se recuperar. Só fica na cama quando está verdadeiramente mal, aí então fala pouco e fica nervoso com a obrigação de parar para se refazer.
Seus problemas de saúde são mais para o tipo violento e repentino do que para doenças crônicas e demoradas.
As doenças nervosas como úlceras, esgotamentos e depressão são menos comuns, mas podem atingi-lo se ele cometer excessos de trabalho ou for mal sucedido em seus empreendimentos.

O Homem de Ogum

Ele é confiante ,entusiasmado, generoso,solidário, enérgico, ousado, ativo em seu lado positivo e pode também ser intolerante, violento, impulsivo, obstinado, egoísta e exigente em seu lado negativo.


A mulher de Ogum

Elas são sinceras, encantadoras, vigorosas, corajosas, entusiasmadas, românticas que são qualidades que excedem seu lado negativo já que ela também pode ser mandona, irritada e impulsiva.